sexta-feira, julho 30, 2004

A Ira de Zagallo

Finda a disputa de pênaltis na decisão da Copa América, explosão de alegria entre jogadores, membros da comissão técnica e jornalistas brasileiros. Ganhar da Argentina é sempre motivo de regojizo, ainda mais numa final de competição. Mas tinha uma pessoa, das mais importantes, que não parecia muito feliz com o resultado. Tevez? Bielsa? Killy Gonzalez? Nenhum deles. O mais irado na história toda era o bom e velho Mario Jorge Lobo Zagallo.

Vai entender. O cara é quatro vezes campeão do mundo, tem um currículo invejável no futebol, é querido por boleiros de todas as partes do mundo, tá com o boi na sombra com o que ganhou na carreira e, em vez de escancarar um sorrisão na cara pela vitória em cima dos arqui-rivais argentinos, prefere armar uma baita carranca enraivecida, soltar palavras duras e debochadas contra o adversário batido, numa deprimente cena de rancor misturado a falta de esportividade. Só para exemplificar, Parreira não deixou de criticar os argentinos pela ensebação que ensaiaram no final da partida, quando o jogo estava 2 x 1 pra eles, deixando claro que "com a seleção pentacampeã do mundo não se brinca", mas sempre com um puta sorriso na cara!

O que mais impressiona é saber que Zagallo é boa gente toda vida. Entrevistei ele algumas vezes quando trabalhava como repórter na editoria de Esportes do JB. É um sujeito sério e reservado, mas simpático, atencioso e humilde, além de ótimo papo. Então, qual é o problema? Por que essa raiva toda? Esse rancor todo? Definitivamente, ele não é um cara que aceita crítica numa boa e, como ficou claro mais uma vez na Copa América, não acha nada demais chutar cachorro morto, o que, convenhamos, não é de bom tom, mesmo que seja um cachorro argentino...

Enfim, no momento de maior felicidade, Zagallo se mostra raivoso, rancoroso, provocador, hostil. Há quem diga que isso é necessário para evocar o espírito guerreiro dos jogadores. Dudu Cearense parece ser um dos mais chegados discípulos do velho Lobo, já que em todas as comemorações de gols do Brasil na Copa América, aparecia xingando os adversários, mandando tomar no cu, fazendo sinais e gestos agressivos. Não sei até onde isso é necessário. E mais: acho até que incentiva-se, com isso, uma filosofia antipática e petulante, que não tem nada a ver com um país como o Brasil, conhecido mundo afora como um país de pessoas afáveis e simpáticas.

Tomara que os atletas olímpicos brasileiros conquistem muitas medalhas em Atenas sempre com um sorriso, saboreando a vitória, não espezinhando a derrota dos outros...

LUXEMBURGO NA ÁREA. O BI ESTÁ AMADURECENDO.

O Santos já abriu três pontos dos terceiros colocados e tem apenas o São Paulo em seus calcanhares, um ponto atrás. Neste final de semana, o Peixe pega o fraco Paysandu na Vila e deve cravar mais três pontos na tabela. Já o São Paulo enfrenta o Inter em Porto Alegre, Inter que vem de derrota  e chegará mordido no Beira Rio. Perigo pro tricolor. Em terceiro estão a Ponte e o Figueirense, ambos com jogos fora de casa. A Macaca, se não quiser perder o líder de vista, tem de ganhar do Criciúma no Heriberto Hulse. Parada duríssima. O surpreendente Figueirense vai a BH jogar com o Galo, que respirou na última rodada e pode embalar, escapando da zona do rebaixamento.
Portanto, amigos, neste final de semana, vigésima rodada do primeiro turno, poderemos ver o Santos abrir vantagem sobre os demais concorrentes e aí, malandragem, já era. O Peixe vai ser campeão e, para desgosto de muitos, Luxemburgo vai ser bi.

quinta-feira, julho 29, 2004

Prá quem gosta de histórias... (2)

Aqui vai uma historinha de um jogo Palmeiras e Portuguesa, há muitos anos:

Jair da Rosa Pinto foi um dos maiores meias que vestiram a nossa gloriosa camisa, na década de 50. Jajá de Barra Mansa, como é conhecido entre os amigos, jogou em vários outros clubes, principalmente no Vasco. Jair era, também, um excepcional batedor de faltas, tinha uma porrada seca e certeira. Eu não o vi jogar, óbvio, mas meu pai foi seu fã.

Certa vez, meu pai estava em uma festa de aniversário, da qual era convidado um ex-goleiro da Lusa. O cara contou um episódio de um Palmeiras x Lusa, no Pacaembu: "O Palmeiras tinha uma falta a seu favor, longe prá cacete. Mais perto do meio-campo que da grande área. Jair ajeitou a bola para bater... Eu olhei e pensei: porra, desta distância vai sem barreira, o cara não vai nem acertar o gol. Foi então que eu vi o Jair afastando, com aquelas canelas finas, e correndo em direção à bola. Ouvi o som do chute e, em seguida, o grito da torcida: GOOOOOL!!! Olhei para a rede e vi a bola ali no fundo. Até hoje não sei por onde ela entrou..."
 
Como bom carioca, Jair é frequentador do Parque das Águas de São Lourenço, no sul de MG. Já o vi por lá várias vezes e tive o prazer de conhecê-lo. O cara é uma simpatia e extremamente humilde. E, até poucos anos atrás, ainda batia bola com os coroas por lá. Claro que não tinha o mesmo canhão no pé, mas ainda batia um bolão!

Igor

Leão no tricolor

 
 
É só questão de esperar, até o início da semana o São Paulo contrata o Leão. A imprensa já noticiou a saída do Cuca e há algo mais do que "salomonismo" na saída do técnico do Cruzeiro. Para o Leão não há negócio melhor. Ele deixa uma sucessão de fracassos no atual campeão do Brasileiro (ou o que sobrou dele) e pega um time desorganizado, desanimado e sem padrão de jogo, mas que é líder do campeonato. Se o Santos fracassar o tricolor assume a ponta de vez. Para o São Paulo não sei se é bom negócio. Ainda tenho dúvidas da eficácia do Leão à frente de qualquer equipe. É indiscutível que ele fez um bom trabalho no Santos campeão em 2002, mas o que veio depois??? Nada, só promessas e arrogância. Preferia o Cuca, que fez milagre com a equipe limitada que restou ao tricolor.  
 
Ricardo

quarta-feira, julho 28, 2004

QUESTÃO DE DETALHE$$$

Acabei de ver na TV uma reportagem sobre o lançamento da nova camisa do Real Madrid para a temporada 04/05. Serão 3 camisas: uma branca, uma preta e uma azul (novidade). Mas isto é o de menos, assim como os patrocinadores, Adidas e Siemens, que continuam. O que mais me chamou a atenção é que os uniformes foram apresentados durante a pré-temporada do time. Onde? No Japão. Isto mesmo, no Japão.

Enquanto aqui os clubes fazem suas pré-temporadas em Jarinu, Atibaia, ou coisas do gênero, os caras voam de Madrid a Tóquio para fazer sua pré-temporada. Está certo que sobra grana lá, mas, sem dúvida, seu departamento de marketing avalia muito bem o imenso retorno que uma ação como estas trará ao clube em imagem, conquista de novos torcedores e venda de materiais esportivos. A marca Real Madrid deve ser uma das de maior valor no mundo, a começar pelos garotos-propaganda que os caras têm.

Por essas e por outras, é difícil imaginar que um clube brasileiro, mesmo Flamengo e Corinthians, que são ultra-populares, possam pensar em competir com a Europa e segurar seus jogadores aqui. Onde este desnível vai terminar, eu não sei. Hoje os caras já vêm aqui buscar garotos adolescentes para jogar na Europa, uma molecada que sequer chega a se profissionalizar aqui. Difícil.

Igor

terça-feira, julho 27, 2004

DE BOBOS, ELES NÃO TÊM NADA...

Os oportunistas Luis Fabiano e Júlio César mostraram, minutos após a conquista da Copa, ainda no gramado, que são craques nas palavras. Certamente não foi coisa de momento. Eles já deviam ter ensaiado os discursos na véspera, na minha opinião. Ao serem cercados pelos microfones, demagogicamente dedicaram os títulos às suas torcidas, de SPFC e Flamengo. Bem eles, que haviam deixado o Brasil sob fogo cruzado após os fiascos na Libertadores e na Copa do Brasil.

No caso do Luis Fabiano, imagino direitinho o que vai acontecer, ou seja, o mesmo que já ocorreu umas 3 ou 4 vezes com ele no São Paulo: vai voltar, marcar alguns gols contra umas equipes pés-de-chinelo no Morumbi, e terá seu nome gritado pela torcida como se fosse um Pelé. Por sinal, a torcida do SPFC costumava gritar mais seu nome do que o do time, algo interessante de se ver e difícil de se entender, segundo a própria imprensa que cobre os jogos do clube. Depois, caso não conquiste nenhum título ele voltará a ser execrado como o maior bandido da paróquia.

Quanto à sua permanência no clube, imagino que sua estratégia seja a seguinte: "eu saí magoado com a torcida, disse que queria sair. Mas, agora, sinto que meu coração é tricolor e quero ficar....Tenho uma dívida com a torcida, quero conquistar um título, e blá, blá, blá..." E, claro, uma borracha será passada sobre tudo. Até porque parece que nenhum clube de fora o quer. Rogério Ceni já parece ter sido perdoado, havia até bandeira com o nome dele no estádio, no último sábado. É conferir, vamos ver.

Já com Júlio César a estratégia é um pouco diferente. Tal qual seus colegas de clube, ele vem sofrendo com salários atrasados. Embora fosse seu pleno direito receber em dia, as circunstâncias pós-Copa do Brasil eram pouco favoráveis para cobranças. Afinal, a torcida jamais os apoiaria. Agora, saindo como herói da conquista, ele terá munições de sobra para peitar a diretoria.

Por sinal, a contratação do Dimba causou um rebu sem tamanho na Gávea. Felipe está ameaçando entrar em greve, e com razão. Os caras não recebem salários há meses e o clube paga luvas a um novo contratado. Difícil engolir mesmo.

É isso. A nova geração de jogadores parece ser tão boa com a bola quanto com as palavras. De bobos, não têm nada.

Igor

domingo, julho 25, 2004

LEVANTOU POEIRA!

O refrão de Ivete Sangalo ecoava no vestiário brasileiro em Lima após a conquista histórica contra a Argentina. O time do Brasil era pior que o da vizinha, saiu atrás por duas vezes e duas vezes empatou, no último instante de cada tempo. O gol decisivo veio aos 48 do segundo, dos pés de Adriano. Vieram os pênaltis e Julio Cesar pegou o primeiro. As cobranças se seguiram e graças à incompetência argentina, Juan faria o gol do título. Hoje levantamos poeira longe de casa. Vestidos de verde e amarelo, continuamos rubro-negros.

quinta-feira, julho 22, 2004

UM PONTO DE VISTA

Fazendo uso da democracia que impera neste blog, vou externar ao grupo um pensamento bastante polêmico meu. Podem me xingar à vontade, pois já estou acostumado. É que prefiro ser xingado a omitir o que penso, e simplesmente não suporto mais este papo de seleção brasileira de futebol.

Reproduzo abaixo o que escrevi a um outro grupo de amigos palmeirenses e corneteiros como eu, mas que querem me esfolar vivo pelo que escrevi. É o que penso. Segue o texto:

Será que se um dia eu for morar fora do Brasil eu passarei a torcer pela seleção de futebol? Pode até ser, por causa da saudade de casa. E também porque, morando longe, a gente não tenha que aturar um Galvão Bueno a cada final de semana, nem ouvir as declarações ridículas de um Parreira, um Ricardo Teixeira, nem sentir de perto a verdadeira safadeza que envolve o mercado de jogadores aqui no Brasil, em que empresários, técnicos e clubes forçam as convocações de qualquer Zé Mané só para valorizá-lo e depois vendê-lo para fora.
 
Talvez a gente não sinta tanto o quanto a grande maioria dos jogos da seleção sirvam apenas para encher os cofres da CBF e dos patrocinadores, mesmo que ferrando os clubes que pagam os salários e ficam sem seus jogadores. Talvez também a gente não sinta tanta raiva ao ver o quanto uma Nike é responsável tanto por convocação quanto por escalação de jogador.
 
Enfim, talvez a gente não se sinta como eu me sinto, com um enorme nariz vermelho de borracha na cara, cada vez que se fala em seleção. Ressalto que a seleção de futebol é a única para a qual eu não torço, ou melhor, torço contra, na verdade. Quero mais é que se ferrem mesmo (e sou Argentina desde criancinha nesta final, podem me xingar à vontade).
 
Talvez eu esteja velho, é isso. Houve um bom tempo em que meu pai me dizia tudo isso e eu me revoltava contra ele. É que a pouca idade me fazia ir apenas pelo lado da paixão pelo futebol. Hoje, sou eu quem pensa assim. Felizmente, o Brasil ainda tem muitas outras seleções e atletas, gente humilde que ama de fato as cores do país, e o defendem mesmo sem o menor apoio de governo, de mídia ou de patrocinadores. Gente como o nosso pessoal da ginástica, do atletismo, do judô, da vela, da natação, e também de esportes coletivos como basquete, vôlei, handebol e outros. Para estes eu tiro o meu chapéu, torço muito e me emociono. Para aquele bando de mercenários do futebol, NÃO !
 
Que alegria poder assistir à Olimpíada de Atenas deste ano sem a infecção causada pelo futebol. Sim, porque aqui, para a Rede Bobo e outras, pouco importa o que as dezenas de outros atletas fariam lá, o importante seria conseguir a famigerada medalha de ouro inédita na Olimpíada. Se fosse a única, já estariam felizes. O resto do esporte não importa!
 
Igor
 

quarta-feira, julho 21, 2004

PALMEIRAS: PROGNÓSTICOS

Acho que após 17 rodadas já podemos ter uma noção clara das chances que temos de brigar pelo título: quase nenhuma. Quanto à possibilidade de conquistar uma das vagas para a Libertadores: pouca. Quanto à chance de permanecermos na Série A, digo que as chances são boas, embora eu não aposte 1 real nisso.

O Estevam teve 9 jogos para mostrar a que veio. É inegável que estamos melhor do que estávamos com o Picerni, se bem que isto era mais do que esperado. Porém, mesmo com os problemas de limitação do elenco, estou decepcionado com ele. Parece ser o tipo treinador-inventor, com um esquema bizonho que mantém o Kahê isolado lá no ataque. Se o atacante fosse o Vágner, vá lá. O cara é rápido e habilidoso com a bola nos pés. Sabe jogar de costas para o gol, recebe uma bola, vira-se rapidamente e chuta para o gol. Mas o Kahê, faça-me o favor. Ele é mais lento, não é habilidoso e por isso precisa de alguém que jogue próximo dele. É o tipo centro-avante oportunista, não criador de jogadas.

Pombas, acho que até uma ameba vê isso! O cara insiste no esquema com 1 atacante isolado e quando vê que a vaca foi pro brejo, como ontem e como contra o Botafogo, tira o Pedrinho e bota o Thiago! Lá no Rio não funcionou, perdemos a criatividade no meio, e o cara fez o mesmo ontem de novo! Outra coisa que está clara: não temos competência para vencer fora de casa. Ganhamos do Santos, que foi um aborto da natureza, e do Paraná, sabe-se lá como. De resto, só empate e derrota. Um time que quer ser campeão por pontos corridos não pode perder pontos em casa e tem que ganhar alguns jogos fora, como tem feito o Santos, que já tem 2 vitórias a mais que nós.

O elenco é limitado, como os demais. Mas nosso técnico é fraco.

Igor

terça-feira, julho 20, 2004

Desanimado

Caros,
 
Estou meio afastado do Blog porque estava viajando e porque estou desiludido com o futebol brasileiro. Alguém falou aqui que na Eurocopa todos escrevíamos e acompanhávamos as rodadas quase como se fosse Copa do Mundo. A torcida por Portugal parou a redação onde trabalho. Já o nosso futebol... Vou confessar que nem briguei com minha mulher quando ela preferiu assistir a um filme do que ver o jogo do Brasil no último domingo - ato improvável há pouco tempo atrás. Também como foi dito aqui, os maiores clubes estão mal no Brasileiro. A coisa tá ficando tão chata que até tirar sarro de corintiano já encheu o saco.As rodadas são de sábado e de terça por causa de uma Copa América sem graça nenhuma. Hoje para ver um bom jogo vc tem que fazer um esforço danado para se emocionar com os campeonatos europeus, onde a maioria  dos brasileiros brilha. O futebol brasileiro está mal... Não digo nenhuma novidade, mas me assusto com meu desânimo. 
  

QUEM É GRANDE ?

Alguns neofilósofos do futebol têm tentado nos últimos tempos incluir o São Caetano entre os grande clubes do Brasil. É algo tão ridículo que nem mereceria comentário. Porém, vou fazê-lo aproveitando o episódio do triângulo amoroso entre Flamengo, Dimba e o próprio time do ABC.
 
A imprensa já havia anunciado, no final de semana, o acerto entre o atacante e o São Caetano. Ontem, porém, houve uma virada repentina. O tal de Dimba deu uma banana ao time Paulista e fechou com o Flamengo. O que pesou na sua decisão? Certamente não foi a perspectiva de ser campeão brasileiro, pois o Flamengo briga para não cair, enquanto o São Caetano está naquele bolo de times que aspira ganhar o título. Também não deve ter sido a questão salarial, pois ele deve saber que o mês no Flamengo tem 90 ou 120 dias, e que o clube deve 200 milhões de reais. O que foi, então?
 
Simples: camisa, tradição, grandeza do clube. Já disse algumas vezes que, para mim, clube grande é aquele que tem grande torcida, que arrasta multidões, que dá manchete de primeira página nos jornais, que tem jogo mostrado pela TV e pelo rádio, que provoca discussões fervorosas nos bares, nas escolas e nas empresas. O São Caetano faz isto? Mas nem em sonho! E nem fará, pelo menos nos próximos 20 anos. Se o clube ganhar um título importante por ano, todos os anos, pode ser que daqui 20 anos tenha uma torcida capaz de encher um Pacaembu, e olhe lá... Já os grande clubes, por pior que estejam sendo administrados, continuarão a encantar, a apaixonar sua gente.
 
Dizer que São Caetano e outros clubes emergentes são grandes é um desrespeito à tradição do futebol brasileiro. O caso Dimba, para mim, mostra isto. O São Caetano é, apenas, o São Caetano.
 
Igor

segunda-feira, julho 19, 2004

E O PIOR DE TODOS OS TEMPOS ???

Na onda do Gabriel, passemos agora para um pouco de gargalhadas... Que tal escalar o pior time da galera? Vou facilitar as coisas, escalando o pior Palmeiras de todos os tempos. QUEM VAI ENCARAR ???
 
Martorelli
Diogo
Jaime Boni
Darinta
Denis
Rocha
Ribamar
Bandeira
Aragonés
Buião
Soares
 
DT: Otacílio Gonçalves
 

MAURÃO: QUE SINTONIA !!!

Você viu nossas escalações do melhor Verdão de todos os tempos? Houve só duas discordâncias: eu escalei o Leivinha, você, o Zinho; eu escalei o Rivaldo, você, o Nei. E o técnico, hein? Difícil escolher entre Osvaldo Brandão, Luxemburgo e Scolari. Na base do tira-teima eletrônico, fico com o velho mestre Brandão. E você?
 
Igor

quinta-feira, julho 15, 2004

O FUTEBOL CARIOCA

Pegando o "gancho" do Gabriel, digo que o futebol carioca é o romantismo no futebol. A magia começa com o encantamento que é o Maracanã, prossegue com a grande mistura de cores das camisas dos 4 grandes, passa pelo futebol cadenciado e malandro, e tem como complemento os hinos dos clubes, que são infinitamente mais bonitos que os dos demais clubes. Foram todos compostos pelo Lamartine Babo e são todos de arrepiar.

De quebra, a TV costuma buscar um "close" ao longe do Cristo Redentor, quando transmite os jogos. Também adoro ver o futebol do Rio, por pior que as equipes possam estar. Fui ao Maracanã duas vezes: uma para ver Fluminense e Cruzeiro, há uns 20 anos, e outra para ver Flamengo e Sport, há 4 anos. Para quem nunca teve a oportunidade, recomendo ver um jogo do Flamengo. O Maracanã tem uma acústica incrível, capaz de ampliar o som da torcida de forma incrível. O Fla x Sport que vi tinha apenas umas 10 mil pessoas, mas já dava para arrepiar. Aquela música que eles cantam "ó meu Mengão, eu gosto de você. Quero cantar ao mundo inteiro, a alegria de ser rubro-negro..." não tem paralelo em outra torcida.

É isso. O futebol brasileiro precisa de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo fortes. Senão, perde a graça.

Igor

segunda-feira, julho 12, 2004

TRICOLORES: CALMA LÁ !

Torci por um empate no sábado, obviamente, pois era o melhor resultado para o Palmeiras. Achava que a vaca já tinha ido pro brejo, quando o grisalho Ricardinho resolveu fazer algo que justificasse o que ele ganha.

Vou discordar de um de vocês, qua achou injusta a expulsão do Fabão. Ele deu uma senhora porrada naquele ET careca, que pensa que joga bola. Não era falta para expulsão, mas era para cartão. Como ele já tinha um, foi expulso.

Quanto a rebaixamento, convenhamos: vocês devem estar de sarro, né? Se até o Corinthians está deixando a zona de rebaixamento, imaginar que o SPFC possa cair é gozação. Para mim, o time de vocês tem o mesmo nível técnico do Palmeiras, do Santos, do Cruzeiro, e mais uns 3 ou 4. Badalam prá cacete o Santos, mas não vejo a menor possibilidade deles dispararem na frente, como fez o Cruzeiro no ano passado. O time deles é apenas um time normal.

Difícil é a situação do arrogante Leão, no Cruzeiro. Vocês têm visto suas declarações? Está mais para gato angorá do que leão. Por onde será que anda toda aquela máscara de meses atrás? Não tenho dúvida de que os jogadores já estão armando uma cama de gato prá ele. Ou cama de leão, sei lá.

Igor

sábado, julho 10, 2004

San-São

Faz tempo que não ponho meus pés por aqui, mas hoje resolvi escrever novamente. Explico: depois que o São Paulo foi desclassificado da Libertadores entre em crise junto com o time. foi muito triste ver o Once Caldas, aquele time de merda, se tornar campeão eliminando os grandes. Acho sempre ruim quando um time que joga feio, de maneira defensiva ganha um campeonato. É só esperar um pouco para vir os Julinhos (nada pessoal meu caro) da vida defender a retranca. Temo que isso volte a acontecer depois da vitória da Grécia na eurocopa. Podemos voltar a ter um futebol feio e uma das Copas mais horrorosas da história como aconteceu em 90. Mas isso é outra história, porque hoje venci meu jejum de noticiários esportivos e fui assistir a São Paulo e Santos, já com a cabeça menos inchada. O que vi me surpreendeu. Não tinha nenhuma expectativa com a equipe que acreditava estar desmotivada, desfalcada e desorganizada. E não é que o São Paulo, na maior retranca, segurou o favorito Santos e até marcou um gol para assustar o Peixe. Infelizmente o traira do Ricardinho desempatou a parada e foi a forra em cima do tricolor. Como meu saco já estava vazio de novo, não me abalei. O Santos está bem e vai dar trabalho no Brasileirão - esse Luxa é mau caráter mas é bom técnico. O São Paulo pode chegar mais tarde quando conseguir acertar um pouco mais a equipe. Para isso é bom o Cuca voltar a unir o elenco que está bem desmotivado. Acho que dá, até o Danilo, que eu acho um horror, jogou bem hoje. Mas só tem uma coisa. O FDP do Juíz sacaneou o tricolor ao expulsar o Fabão. Foi falta, não dá para negar, mas não era para expulsão. Mas, como já disse antes, meu saco tá vazio.

Ricardo Ferraz

sexta-feira, julho 09, 2004

FIM DE SEMANA DOS CLÁSSICOS

Tem Gre-Nal, tem San-São, tem Flamengo x Vasco, tem Atlético x Cruzeiro. No ano passado, o final de semana de clássicos foi ainda mais recheado, com jogos entre os rivais no Paraná e na Bahia, que este ano não pode acontecer porque o tricolor baiano foi rebaixado.
Pergunto: é bom pro campeonato um final de semana só de clássicos? Respondo: não! Explico:
Nossos dirigentes não entendem de tabela e entendem muito menos de marketing. Se entendessem um pouquinho mais, talvez os clubes não estivessem na lama que estão. Pensem comigo: seria muito melhor se, a cada rodada, tivéssemos um clássico regional, que viraria uma marca, um subproduto do campeonato. Na hora de mostrar os gols da rodada, teria uma vinheta, uma seção especial pro "Clássico da Rodada". Encheria a bola do jogo, ajudaria a popularizar os times envolvidos, tornaria o jogo interessante pro Brasil inteiro, e não apenas pras duas torcidas envolvidas. Enfim, ajudaria a "nacionalizar" o campeonato, tornar todos os times conhecidos, criar ídolos, escritas, tabus, que seriam compartilhados por todos.
Mas nossos dirigentes preferem ficar no amadorismo, fazendo o feijão com arroz que há muito não enche a barriga de ninguém. Nem a deles próprios. Ou será que enche?

quinta-feira, julho 08, 2004

KAHÊ: NÃO ESTOU SURPRESO

Nosso novo camisa 9 tem tudo para substituir à altura o já saudoso Vágner Love. Ele tem características bem diferentes: o Vágner é mais rápido e habilidoso com a bola nos pés; o Kahê tem mais presença na área, é mais alto e muito melhor nas jogadas aéreas (só ontem foram 3 gols de cabeça).

O melhor de tudo, para nós, palmeirenses, é que é novo, humilde e palmeirense roxo desde criança. Li que na sua casa não faltam coisas sobre o Palmeiras, e ele sabe até cantar o hino do clube, o que é uma raridade absoluta.

Enfim, o garoto já é nosso vice-artilheiro, com 4 gols em 2 jogos. Agora só falta um ponta rápido para jogar ao seu lado, enquanto o Muñoz estiver no estaleiro.

Igor

terça-feira, julho 06, 2004

VIDA DE BOLEIRO...

Não é à toa que, na primeira oportunidade de ganhar em dólar ou euro, os caras puxam o carro, ainda que seja para o futebol do Afeganistão. Vejam na matéria abaixo a rotina do Kahê, o nosso novo camisa 9. Pouquíssimos têm a sorte de nascer em família de classe média alta, como Kaká e Caio. A grande massa de jogadores rala prá caramba!

Igor

Kahê ainda volta para casa de trem e ônibus


JORGE NICOLA


Artilheiro já trabalhou até como boy
Aos poucos, o atacante palmeirense Kahê vai se acostumando às novidades de se tornar uma pessoa conhecida. Mas a popularidade repentina ainda não foi suficiente para melhorar sua condição financeira. E sem carro próprio, a esperança de gols do Verdão vai e volta dos treinos como um trabalhador comum: “Pego ônibus e trem”, conta o camisa 9, autor de um dos gols na vitória sobre o Paraná por 2 a 1, anteontem.

Enquanto os companheiros deixam o CT alviverde em possantes carros importados, Kahê tem de andar a pé cerca de dois quilômetros até chegar à estação de trem. E até o bairro onde mora, na Zona Sul de São Paulo, ele leva quase duas horas. “Minha casa é longe pra caramba”, reconhece.

Mas o principal candidato a sucessor de Vágner Love às vezes consegue escapar do transporte público. “Quando meu pai empresta o carro, venho e volto mais tranqüilo.” Nascido na Capital, o atacante tem 21 anos e divide com o pai a responsabilidade de sustentar a casa. “Moro com meu filho, minha esposa, meus pais e irmãos. E dou duro desde pequeno para ajudar no possível.”

Enquanto apenas sonhava com a chance de um dia se tornar jogador profissional, Kahê trabalhava como boy no Centro de São Paulo. “Entrava às 8 da manhã e só saía às cinco e meia da tarde”, relembra. “Ganhava R$ 250 e me virava comendo dogão e carne grega, que custavam só R$ 0,50.”

Depois do expediente ele ainda ia para a escola. “Só tinha tempo para jogar bola de fim de semana. Eu era de uma escolinha e mesmo tendo faltado nos treinos era sempre titular nas partidas de sábado”, recorda Kahê, com um largo sorriso no rosto.

segunda-feira, julho 05, 2004

CD de HINOS - PLACAR

Comprei o CD com os hinos de parte dos principais clubes brasileiros. Para falar a verdade, esperava mais. Os hinos que ficaram mais legais foram o do Cruzeiro, como os caras do Skank, e o do Vasco, com o Paulinho da Viola (como já havia antecipado o Gabriel).

Ontem, assistindo ao jogo de Portugal, descobri que a introdução do hino do Vasco é a mesma do hino português, não sabia disto. Quanto ao hino do Palmeiras, talvez o Gabriel, que entende de música, possa me ajudar: quem é o tal de Simoninha, que canta o hino com o Branco Mello (Titãs) e Cavallera (Sepultura)? Nunca ouvi o cara!

Sobre o Brasileiro: além da liderança, nós, alivi-verdes, temos que comemorar a estréia do Kahê. Tem muita gente descrente, mas eu já ouvi de fontes seguras que o moleque é um bolão.

Abraços e boa semana.

Igor

sábado, julho 03, 2004

O texto abaixo é de autoria do Juan Saavedra, jornalista e rubro-negro que está por trás do sucesso do site Flamengo NET, premiado diversas vezes com o troféu Ibest, e do blog de mesmo nome. É longo, mas vale a pena, principalmente pelas considerações semelhantes a algumas feitas aqui no Idiotas. A discussão está (re)aberta. Com a palavra, Juan:

Know-how da mediocridade
Perder um título em casa sempre gera um monte de simplificações. Ainda mais nas circunstâncias de quarta-feira. Uma das que mais me irritam é a que preconiza uma "nova ordem" no futebol. Como se as zebras não fossem capazes, vez ou outra, de driblar leões. Quem vê o Discovery Channel sabe que, mesmo com toda sua descomunal força, um Pantera Leo trabalha em equipe, de forma organizada e planejada, para compensar sua pouca velocidade. Emfim, é uma estratégia, ainda que instintiva. Mesmo assim, nem sempre as tentativas dão certo. Às vezes dá zebra.

Outro lugar-comum que me irrita profundamente é a generalização anti-Rio. Como se o fato do Flamengo chegar duas vezes consecutivas á final da Copa do Brasil, mesmo com equipes de notórias limitações, não fosse a expressão de um mérito não visto em outros clubes poupados pelos oportunistas de plantão. O Flamengo está mal, mas será que só o Flamengo?

Há quanto tempo o Internacional não monta um grande time?

O que conseguiu um São Paulo nos últimos tempos?

Mesmo com ótima estrutura, mesmo com bons jogadores, mesmo com o dinheiro da venda de Kaká, mesmo contratando o treinador-revelação-de-2003, o tricolor paulista só tem ficado no quase. Abriu as pernas para o Santos no Brasileiro de 2002, foi eliminado pelo Goiás na Copa do Brasil 2003, não conseguiu em momento algum credeciar-se para disputar o título do Brasileiro passado, perdeu na bola e no braço para o River Plate na Sul-Americana, viu o São Caetano levantar a taça no Paulistão e dançou a salsa em Manizales.

Pois bem, o poderoso São Paulo também está na fila. Desde 1993 que não ganha absolutamente nada importante, embora tenha um ótimo CT. Tem levado ferro na maioria dos campeonatos paulistas, perdeu para o Mengão de Gamarra e Pet na Copa dos Campeões e nem se aproximou de uma final da Mercosul.

Um indício, apenas um indício, de que mesmo o São Paulo - assim como Corinthians e Palmeira - também tem seus problemas, oscila entre o bem e o mal. O problema, portanto, não é o Rio e as conhecidas mazelas de seus clubes.

O blogueiro Alexandre Lalas disse certa vez - e eu concord - que o futebol jogado no Brasil é a Série C. Nossos melhores talentos estão na Europa Ocidental e a Série B divide-se entre Arábias, Japão-Coréia e o Leste europeu.

O que sobra aqui, com as exceções de praxe, é a rabutalha. Lógico que sempre aparecem novos talentos que rapidamente saem para o exterior - caso de Wagner Love, de quem nada se sabia há pouco mais de um ano.

Em tal cenário quem se dá bem?

Aqueles que ainda têm dinheiro (Cruzeiro), quem revela uma boa safra (Santos) ou o São Caetano, ícone do que chamo de "know-how da mediocridade".

Sim, isso mesmo. Enquanto revelou bons jogadores, o Flamengo comprava um ou outro atleta para suprir uma lacuna, mas geralmente nomes de qualidade. A carência é no gol? Então traga-se Ubaldo Fillol. Falta um zagueiro de responsa? Gottardo, quer vir para a Gávea?

Depois veio a Era Kleber Leite, com suas centenas de contratações: grandes nomes que formavam um balaio de egos. Hoje, sem dinheiro, sem grandes valores surgidos nos juniores, o que nos resta? Procurar atletas desconhecidos a baixo custo. Os Negreiros da vida. A mediocridade, no seu sentido correto: de coisa mediana. Só que o Flamengo não tem essa cultura, ao contrário dos Criciúmas, Figueirenses e Santo Andrés da vida. Não só na hora de contratar. Mas o saber fazer na hora de lidar com os jogadores, de fazer com que se contentem com pouco e ainda se sintam motivados. Sergio Manoel é o destaque do Figueirense. Alguém acha que ele aceitaria ganhar o mesmo caso viesse a jogar na Gávea? Renderia o mesmo?

Vejam o Atlético-PR em 2001. Montou uma boa equipe, com ótimo rendimento, com atletas que foram refugos em outras paragens: Ilan (não aproveitado pelo São Paulo), Alex Mineiro (pelo Cruzeiro), Souza (meia descartado pelo Corinthians), Nem (zagueiro ejetado pelo São Paulo), combinado a alguns jogadores comprados no interior paulista. Foi uma equipe que jogou muito sob o comando de um treinador tampouco brilhante (Geninho), mas que soube extrair o máximo de jogadores não mais do que medianos, salvo uma exceção (Kleberson).

Pode ser mais uma simplificação. Só estou convicto que não pode ser encarado como algo normal ver o Figueirense na ponta do Campeonato Brasileiro.

Ou se mexe na "coisa toda", como teria dito o presidente da República num encontro com Ricardo Teixeira, isto é, ou se pensa num pacote de medidas que revitalizem os grandes clubes do Brasil, todos eles marcas poderosas e que poderiam perfeitamente serem rentáveis para o país (em forma de impostos) ou os clubes grandes levarão, como já estão levando, alguns anos para fazer o cursinho de como "pensar pequeno e ter sucesso". Enquanto isso, veremos campeonatos de qualidade técnica deplorável e nossos melhores jogadores migrando para o Azerbaijão e para a Moldávia (ou mesmo para a combalida Argentina, cujo Boca Juniors levou o ex-Paysandu Iarley.

Nesse cenário, não surpreende que a temporada seja mesmo dos campeões do know-how da mediocridade.

sexta-feira, julho 02, 2004

FALANDO EM MUÑOZ...

Não me lembro se o Mauro e o Guido jogaram naquela tarde, em Caçapava, quando eu arrebentei o meu joelho. O lance foi idêntico ao do Muñoz: correndo em direção à bola, pisando num buraco e desabando de dor no gramado. E que dor! Diagnóstico idêntico: lesão do ligamento cruzado anterior. A diferença é que a minha perna foi a direita, a dele, a esquerda. O cara não volta mais neste ano. Até porque a gente sabe quando um jogador entra no DM do Palmeiras, mas não tem a menor idéia de quando sai...

Igor

LIBERTADORES 2005

Se o Campeonato Brasileiro terminasse hoje, a Libertadores do ano que vem teria clássicos emocionantes, de altíssimo nível técnico: Once Caldas, Santo André, Figueirense e Ponte Preta! Talvez até tivéssemos uma incrível final entre Once Caldas e Santo André, o que seria ainda pior que a de 3 anos atrás, entre S.Caetano e Olimpia!
Sinal dos tempos...
Ah, John: nenhum preconceito contra os co-irmãos portugueses, ao contrário. Embora não seja descendente (ou melhor, devo ser, mas distante), torço por eles na Europa depois da Itália, isto mesmo antes do Scolari assumir. Por sinal, é um país que faço questão de conhecer um dia.

Igor

quinta-feira, julho 01, 2004

GRÉCIA e PORTUGAL

Vi a prorrogação do jogo e o castigo da República Checa foi pior que o do Flamengo, ontem. Último minuto do 1o.tempo da prorrogação (gol de prata). Não houve tempo nem para a saída. A zaga checa pareceu a do Flamengo no primeiro gol do Santo André. Ninguém subiu com o atacante, que nem precisou pular para cabecear.

O centro-avante checo, sósia do Cazé Peçanha, ficou abraçado à trave, sem acreditar no que viu. Mais um favorito se vai. Ficou mais fácil para os portugueses.

Igor

TRÉPLICA, GABRIEL

Discordo quanto à grandeza do Valencia, gostaria de ver números. Para mim, o Campeonato Espanhol é uma versão rica do Mineiro: ou dá Galo, ou dá Cruzeiro. Vez ou outra, o América. Na Espanha, vejo 2 grandes apenas: Real Madrid e Barcelona, que, juntos, devem ter vencido 90% dos campeonatos espanhóis. A Atlético de Madrid não é grande desde que Leivinha e Luis Pereira sairam de lá, há quase 30 anos.

Quanto ao Porto, por mais que pertença ao G14 europeu, não dá para comparar seu elenco com os de Real, Barcelona, Milan, Juve e outros. Para mim, a final Porto x Monaco foi uma versão européia de São Caetano x Paulista. Sem emoção e sem nível técnico.

Igor

A Nova Ordem do Futebol

Parafraseando Caetano, que está bem longe de um cronista esportivo, alguma coisa parece fora da Nova Ordem do Futebol Mundial. Igor foi feliz em detectar o problema, mas eu gostaria de apontar algumas razões que, acredito, tenham mudado o nosso velho esporte bretão. Antigamente, Corinthans, Flamengo, Fluminense, Vasco, Palmeiras, São Paulo, Grêmio e Inter dominavam a primeira divisão pelo simples fato de terem mais torcida. A renda dos estádios se revertia em cofre cheios e assim os maiores podiam contratar os melhores jogadores e etc... Algumas coisas mudaram depois de lá. São elas:

Lei Pelé: Tirou do clube a grana da venda de jogadores.

Pressão do futebol europeu: Aumentou os salários de todos os jogadores. Qualquer zé mané hoje tem contratos com recisões milionárias e quer ser vendido para a Europa, nem que seja para a Rússia, Turquia, Grécia e outros países sem tradição no futebol, para ganhar em euros. Ficou impossível para qualquer clube manter seus jogadores aqui. Na copa de 82, Zico, Júnior, Leandro, Oscar, Éder, Serginho e cia jogavam todos no Brasil. A exceção era o Falcão, que estava no Roma. Hoje, toda a seleção brasileira é "estrangeira". Mal para o Futebol Brasileiro.

Problemas administrativos: Como se sabe, os cartolas brasileiros nunca foram exímios administradores. Quando as burras estavam cheias tudo bem, mas agora, em plena crise, a coisa se complica.

Claro que perante esse quadro quem se beneficiam são as equipes pequenas. Não têm dívidas e conseguem manter times apenas medíocres - como atualmente podemos classificar os grandes.

Mudar essa situação significa profissionalizar de fato o futebol, com uma liga forte, sem violência nos estádios, onde os jogos sejam um pouco mais que uma pelada - como, aliás, foi a de ontem no maior estádio do mundo. A CBF estuda uma proposta de estabelecer um tempo mínimo para o jogador brasileiro atuar no país. Não sei se é solução, mas pode iniciar o debate pela melhoria do futebol brasileiro.

Ricardo Ferraz

É FATO: O FUTEBOL ESTÁ ACABANDO

Sabem aqueles sinais que a natureza começa a dar de que uma determinada espécie de animal ou vegetal está em extinção? Os exemplares da espécie começam a desaparecer aqui e ali, até que desaparecem totalmente.

Pois é, é o caso do futebol. Mais do que calar os 70 mil que estiveram no Maracanã ontem, a vitória incontestável do Santo André é mais uma evidência de que o futebol está mais do que nivelado por baixo. Vou me limitar apenas aos fatos mais recentes para comprovar a minha tese:

- Champions League: final entre Porto e Monaco
- Campeonato Gaúcho: Ulbra (?!) faz a final contra o Inter
- Campeonato Espanhol: nem Barça, nem Real: deu Valencia
- Campeonato Alemão: nada de Bayern: deu Werder Bremen
- Campeonato Paulista: S.Caetano e Paulista fazem a final
- Libertadores: Once Caldas faz a final (e pode vencer a Libertadores)
- Copa do Brasil: S.André (um dos últimos da Série B) é campeão
- Campeonato Brasileiro: Figueirense e Ponte são os líderes, Flamengo, Botafogo e Corinthians estão na zona de rebaixamento
- Eurocopa: Portugal e Grécia ou Rep.Tcheca fazem a final

Portanto, os flamenguistas não devem se sentir tão mal assim, pois são vítimas de um fenômeno mundial.

Mais difícil, porém, que perder esta final, será permanecer na Série A em 2005. O time é penúltimo, é fraco, perdeu Felipe (o único de talento) e agora vai ter uma pressão psicológica terrível pela frente. Algo como a síndrome de Once Caldas que caiu no Morumbi.

Ah, John: plagiando a FIAT vou dizer que é hora de você rever os seus conceitos. Flamengo imbatível em final? Acho que não. O Rubro-Negro é bi-vice da Copa do Brasil.

Igor

O FLAMENGO MORREU

Sim, senhores. O Flamengo morreu. O Flamengo que todos nós conhecemos não existe mais. Talvez todos já soubessem disso, talvez o cadáver já restasse insepulto há algum tempo, mas a torcida do Flamengo teimava em acreditar que era apenas moribundo, jamais morto.
Havia ainda a esperança de ver um Rondinelli rasgando a área e acertando a cabeçada fatal. Havia ainda a esperança de que a maior torcida do Brasil fosse capaz de levar um time à vitória. Havia ainda a esperança de que, tomados por um espírito superior -- enxergado no vermelho e preto por muitos cronistas --, os jogadores pudessem superar suas limitações e vencer jogos impossíveis. Nada disso existe mais. Hoje o Flamengo não vence nem os jogos possíveis. É o fim de um mito, de uma era, de um sonho.
Sou agora um torcedor diferente. As certezas de menino, que eu ainda tentava manter vivas, hoje são nada. Talvez tenha sido ingênuo. E quem não é, diante de uma paixão incontrolável? Mas finalmente percebi que a convicção de nossa superioridade, às vezes sobrenatural, não resiste nem ao time do Santo André.
Aquele Flamengo que todos nós conhecemos não existe mais. Talvez todos já soubessem disso, menos eu. Agora eu sei.