segunda-feira, fevereiro 26, 2007

É gaúcho ou português???

Algum cruz maltino pode me explicar essa declaração do Renato Gaúcho depois da derrota do Vasco para o Flamengo na semifinal da Taça Guanabara:

- No último treino, eu pedi para os jogadores errarem os pênaltis na frente dos cinegrafistas. Era uma maneira de tentar enganar o adversário. Infelizmente, neste domingo, a história se repetiu. Só que, desta vez, a disputa era para valer - lamentou o treinador.

Tá certo que o Vasco tem origem na comunidade luso-brasileira, mas não precisava exagerar, né???

Aliás Amorin, parabéns pela vitória!

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

CONDENADOS À MORTE

Ontem vi o jogo do Palmeiras contra o Operário-MT, pela Copa do Brasil. Como sabemos, nestas primeiras fases, quando o visitante vence o 1º jogo com 2 ou mais gols de diferença elimina a segunda partida.

A novidade para mim foi saber o seguinte: se o mandante do jogo de ida consegue provocar a 2ª partida, tem direito a 100% da renda do primeiro jogo. Caso contrário, 60% da renda do 1º jogo fica com o visitante. Foi o que aconteceu ontem. O Palmeiras eliminou o Operário no 1º jogo e, de quebra, papou 60% da renda.

Segundo um dos repórteres da Bandeirantes, a folha salarial do Operário é de R$ 40 mil apenas. O cara disse ainda que o atual presidente do clube assumiu um clube em dificuldade financeira, que deve R$ 120 mil, se não me engano. Valores ínfimos quando se fala em clube grande de SP, RJ, MG ou RS. Mas devastadores para um Operário de MT.

Será que a CBF não deveria rever isto? A idéia de eliminar o 2º jogo é válida, sobretudo com um calendário apertado como o brasileiro. Mas clubes pequenos deveriam ter direito à renda do 1º jogo, deduzidos os custos do clube visitante com viagem.

Não sei, não, mas se a coisa continuar assim, clubes como Operário-MT vão desaparecer. Eles têm pouca torcida, nenhuma representatividade internacional, mas acabam sendo geradores de craques muitas vezes. Não sei como o futebol brasileiro vai se virar se clubes pequenos sumirem. Já estamos vendo até mesmo clubes como Portuguesa, Guarani e Ponte indo para o ralo. Imagino os Operários da vida.

Igor

domingo, fevereiro 11, 2007

Gandulas e firulas!!!

O clássico de hoje terminou em três a um para o tricolor. A julgar pela atitude do Leão em campo, a culpa de mais uma derrota corintiania para o São Paulo (que segue sem perder dos gambás há 12 jogos) foi do gandula do Morumbi. Não se há de responsabilizar o esquema tático equivocado da escalação do timinho com Elton e Rosiney desempenhando funções inéditas em suas carreiras, nem a frágil e patética defesa composta por Marinho e Betão, muito menos, os méritos do time tricolor. Não, a culpa foi do gandula que demora a repor a bola quando o lateral, tiro de meta ou escanteio vai contra o São Paulo. Ridículo. Confesso que tive um certo receio do clássico de hoje porque julgava que o corinthians vinha de uma série de três vitórias, tendo até uma goleada no currículo, enquanto o São Paulo enfrentava dúvidas e indefinições do treinador e problemas extra campo. O jogo de hoje, me lembrou aquilo que eu tinha esquecido: o Corinthians é um time chinelinho, com desculpas ídem.

Também achei absurda a reação dos jogadores corintianos depois que o Leandro deu um toque de calcanhar. Só porque a torcida gritava olé, os jogadores julgaram que o passe carcterizava falta de respeito com o adversário e passaram a agredir o atacante são paulino. Casagrande e Kleber Machado até fizeram o tratado da boa conduta dentro de campo. Mais ridículo ainda. Estão condenando a irreverência no futebol. Leandro não bateu em ninguém, não cuspiu em ninguém, não xingou ninguém. Deu um simples passe de calcanhar, arma que o corintiano Sócrates cansou de usar contra todos os times que enfrentou, inclusive o São Paulo. Se o argumento fosse verdadeiro, Garrincha não poderia jogar nunca porque desrespeitaria o adversário. Querem tirar o que o futebol brasileiro tem de melhor.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

A venda do Brasil

Artigo publicado na coluna Inside Soccer, de Tim Vickery, do Sports Illustraded.com:

In Europe, the streets are full of people wandering around in Brazilian national-team jerseys. On the streets of Rio de Janeiro, you see more and more people wearing jerseys of European club teams.

It's all part of the so-called "globalization" of soccer, and over the last two decades, it has turned the game upside down.

These days, it makes no sense to talk about "Brazilian football" without first defining what exactly you're talking about. Are we referring to the national team? Or the domestic game? The two have become separated.

As recently as 1986, things were very different. That year, all but two members of Brazil's World Cup squad were still based at home. Back then, the international soccer community looked forward to World Cups because it was the big chance to get to know the latest models from Brazil's hyperactive production line.

These days, the entire Brazilian national team is made up of household names who play for top European clubs and have become global pop stars. Ronaldinho. Adriano. Kaká. The Brazilian team belongs to the world. On Tuesday in London, it plays its third friendly in six months. But the Seleção's last friendly in front of a home audience (with the exception of a fifth-choice lineup facing Guatemala nearly two years ago) was just after its victory at the '02 World Cup.

While the national team racks up air miles in search of treasure, the domestic game lives off crumbs. Some will rush to its defense, pointing out that in both of the past two years, FIFA's World Club title went to Brazilian teams. But the way those triumphs were achieved is significant.

São Paulo and Internacional are both well-administered clubs that have adapted to the new reality. In order to sustain a squad of good and average players, they seek to sell potentially great ones to Europe. In the past, Brazilian sides used to look forward to the clash with the champions of Europe in order to show off their skills. Now they openly admit their hope that tactical dedication and a will to win will sneak them past opponents who are technically superior.

It's a logical response to the talent drain. Three powerful forces push Brazil's best players across the Atlantic. Obviously, they can earn much more in Europe. Plus, they're escaping the social violence that makes life in big-city Brazil so hazardous. They also want to prove themselves. As a result, we're at critical mass: It's no longer possible to be considered a great player without succeeding in European club soccer.

None of this will change anytime soon. Even so, it's hard to escape the feeling that domestic Brazilian football is operating way short of its potential. If São Paulo and Internacional can bend themselves with the prevailing winds, then why can't the domestic game as a whole do the same thing?


Leia o restante aqui.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

OS MISTÉRIOS DE ROMA

Primeiro, foi Taddei. Para quem não se lembra, ele é aquele volante revelado pelas categorias de base do Palmeiras, que sempre foi criticado pela torcida e pela imprensa, que o consideravam tosco. Humildemente, já que não servia aqui, foi embora para a Itália, para atuar num clube pequeno de lá (não me lembro o nome, acho que era o Siena). Lá virou ídolo, e foi contratado pela Roma. Hoje, é um dos principais jogadores do time, e ídolo da torcida.

Depois, foi a vez de Doni. Aquele mesmo que foi ridicularizado pelas torcidas em geral quando jogou pelo Corinthians, circulou por mais alguns clubes no Brasil, e foi parar também na Velha Bota. Atualmente na Roma, é também destaque do time, vice-líder do Italiano 06-07. Mais do que isso, pasmem: está na internet, hoje, que ele já foi sondado pela confederação italiana para ser goleiro da Azzurra. Imagino que ele tenha cidadania, e isto não seria problema.

Se bobear, é capaz da Itália entrar em campo na Copa da África do Sul com Doni no gol e Taddei na cabeça-de-área!

Roma deve ter mesmo algum segredo místico. Talvez ambos tenham jogado moedas na Fontana di Trevi, que realmente deve operar milagres!

Igor

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

TEXTO DE DENISE FRAGA - MUITO LEGAL !

TRAVESSURAS DE MÃE : Suspiros e muita bola no pé. Melhor do que gostar de futebol é quando a diversão acontece em família

Por Denise Fraga - atriz

Quando fiquei grávida, um dos primeiros presentes que recebemos para o pequeno Nino foi uma bola. Mal ele aprendeu a andar, quase sem querer já lhe ensinamos a chutar, e uma das primeiras palavras que qualquer menino brasileiro fala é "gol". O Luiz costuma dizer que um homem gostar de futebol já é meio caminho andado, tem sempre como começar uma conversa. Futebol dá inclusão social, ele diz. Lembrando das idas ao Maracanã com meu irmão, das intermináveis conversas de domingo e das fotos do Zico na parede do quarto, isso faz total sentido. Sempre gostei de futebol. Não exatamente dos passes, jogadas e lances, mas de todo o ritual que envolve a partida. Sou uma rara mulher que sabe acusar um impedimento, mas, invariavelmente, estou olhando para o outro lado na hora do gol. Acho uma delícia ir ao estádio, torcer por um time e saber cantar gritos de guerra, portanto torci muito para que meus filhos se familiarizassem com a redonda. Com 5 e 6 anos, pediram para ir para a primeira escolinha de futebol. Ficávamos do lado do campo torcendo por aquelas perninhas moles. Nino roía as unhas, olhando pro lado. Deixava a bola passar e, de vez em quando, suspeitávamos que ele corria pro lado contrário da jogada pra não receber um passe. Na nossa casa não era obrigatória a escolinha de futebol, mas talvez fosse mesmo uma grande credencial para o recreio da escola. Nunca deixaram de ir. Hoje vivem com a bola no pé e só pedem de presente chuteira, bola e camisa.

Mas não basta um menino gostar de futebol. É bom que a família torça unida pelo mesmo time, para felizes idas ao estádio. Me tornei palmeirense por amor ao meu marido e profunda admiração pelo senhor Luiz Felipe Scolari. Sou flamenguista de nascença e achei pouco grave virar casaca quando se muda de estado. Mas fiquei realmente preocupada quando o pequeno Nino, com 5 anos, me pedia pra ser corintiano, em troca de ir tomar banho ou escovar os dentes. Um dia, o Luiz entrou no quarto preocupado. "Falei pra ele que ia pensar, mas acho que eu vou dar a tal camisa do Corinthians que ele tá pedindo." Fiquei desesperada de pensar que não iríamos mais juntos ao estádio. "Não!!! Ele tá querendo virar corintiano por causa do Rogerinho. Diz pra ele que a gente é palmeirense e não consegue dar a camisa do Corinthians nem pro nosso filho querido." Graças a Deus, hoje, meus dois filhos torcem pelo verdão. Graças a Deus e à segunda divisão. Depois de, durante algum tempo, mostrarmos, com a TV sem som, vários gols do Goiás, que também com camisa verde marcava, lá em casa, gols pelo Palmeiras, foram nos jogos da segunda divisão que eles viram o número necessário de vitórias para carimbar de vez o Palestra no peito. Santa segunda divisão, que para meninos de 4 anos pouco significava e não os impediu de gritar várias vezes "gol" por um time que não estava indo nada bem na primeira.O Palmeiras ainda não se recuperou. Este ano escapamos por pouco de uma nova e consciente descida. Mas meus pequenos já entendem um pouco mais a respeito de perseverança e fidelidade e vivem com suas camisas verdes.Mas o que eu mais gosto mesmo é de saber uma coisa que eles ainda nem desconfiam. Que, gostando de futebol, um homem se deixa ser um pouco menino a vida inteira.

Denise Fraga é atriz, apresenta os quadros "Álbum de Casamento", "Fazendo História" e "Retrato Falado", no "Fantástico", casada com o diretor Luiz Villaça e mãe de Nino, 8 anos, e Pedro,7